As viagens a São Paulo devem ficar mais raras para os moradores de Alphaville, que têm à disposição opções cada vez mais variadas de comércio, muitos "importados" da capital paulista.

Para se ter uma ideia, nos últimos cinco anos foram inauguradas na região unidades do shopping Iguatemi, do Hospital Israelita Albert Einstein e do supermercado St Marche, que em São Paulo ficam em bairros nobres como Morumbi e Itaim Bibi.

A chegada das redes de ponta não é à toa. Barueri, que compreende parte de Alphaville, foi considerada recentemente a melhor cidade para se fazer negócios no país, segundo estudo da consultoria Urban Systems.

O PIB per capita do município é de R$ 134,6 mil, ante R$ 22 mil da média brasileira -em grande parte graças ao bairro de condomínios.

ATRASO

Mas nem sempre foi assim. Com a criação dos primeiros condomínios de casas, que atraíram parte da elite paulistana, serviços voltados a famílias abastadas passaram a se estabelecer na região, como escolas, consultórios médicos e restaurantes.

No entanto, demorou para que estabelecimentos comerciais e serviços de ponta presentes em São Paulo desembarcassem por lá.

O shopping Iguatemi abriu as portas em 2011 e trouxe restaurantes como Ráscal e Pobre Juan, além de lojas como H.Stern e Sephora.

"Boa parte das famílias que moram aqui vieram de São Paulo e estão habituadas a produtos de alto padrão. Havia uma demanda reprimida por lojas desse tipo", afirma Ednaldo Souza, gerente geral do shopping.

Cristina Macvka, 52, dona da loja de decoração Florense e moradora de Alphaville, diz que, no início, havia um preconceito em relação ao comércio e ao serviço da região.

Hoje não há mais motivo para isso. "A diversidade é maior. Há dois ou três negócios de alta qualidade abrindo por semana. O apetite de grandes empresários por Alphaville não para de crescer."

A inauguração, em fevereiro deste ano, da franquia do St Marche, supermercado destinado às classes altas, é um reflexo disso.

Apesar da concorrência com redes já consolidadas em Alphaville, como o Pão de Açúcar, a empresa viu grande potencial na região em função da recente verticalização, com a construção de torres residenciais, e da procura crescente por produtos de primeira linha.

"Clientes me disseram que antes tinham de ir a São Paulo para encontrar produtos oferecidos apenas nas nossas lojas, como massas e vinhos exclusivos", diz Guilherme Martinelli, gerente de expansão do grupo St Marche.