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Litoral

Prédios tortos viram atração turística na orla santista

Em Santos, uma série de prédios chama a atenção daqueles que passam pela avenida Bartolomeu de Gusmão, paralela à praia.

Não é a arquitetura moderna nem a churrasqueira gourmet que atraem os olhares. Ali, o princípio é o mesmo da Torre de Pisa, na Itália: quanto mais torto o prédio, melhor.

A cidade tem pelo menos 651 prédios inclinados, analisados pela prefeitura em 2014. O mais torto tem um desvio de 1,8 metro.

Esses edifícios foram construídos entre os anos 1950 e 1960, sobre uma camada de areia seguida de outra de argila mole. Com o tempo, o peso deles fez com que suas fundações chegassem à argila e os inclinasse aos poucos.

"O tipo de fundação se mostrou inadequado com o tempo", diz Orlando Damin, engenheiro civil da Secretaria de Infraestrutura e Edificações de Santos.

Segundo ele, a escolha da construção foi tomada com base no custo da obra. "Uma fundação profunda representava cerca de 20% do valor total, enquanto a mais rasa custava até 8%."

No entanto, para o professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Santa Cecília Luiz Nunes, a inclinação já havia sido prevista. "As estruturas são muito rígidas. Se fossem mal calculadas, teriam quebrado", explica.

Cerca de 3% da população santista mora nos 65 prédios mais tortos e lida com a desvalorização de seus imóveis no mercado. Segundo a prefeitura, nenhum tem o risco de cair.

"Muitos querem se mudar, mas não conseguiriam comprar nada com o que vão obter", diz Damin. "Afinal, quem quer viver em um edifício onde você caminha e sente que está se inclinando?".

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