De origem industrial, Osasco perdeu fábricas e ganhou comércio
Osasco nasceu como um município industrial, e essa característica se refletiu tanto no crescimento da cidade quanto na vida da população.
Os galpões começaram a se instalar na região no século 19, com a chegada de fábricas de cerâmica. A presença das indústrias aumentou após a emancipação de Osasco, em 1962, com a vinda de empresas atraídas pela proximidade com São Paulo.
Mas a crise econômica dos anos 1980 e a valorização dos terrenos trouxeram o fechamento de indústrias. Onde existiam galpões passaram a se proliferar gigantes do setor de serviços e varejo, como hipermercados e shoppings.
Se, há 30 anos, 42% dos trabalhadores osasquenses estavam na indústria, hoje o número é cerca de 13%, segundo Alexandre Guerra, secretário-adjunto de Planejamento e Gestão de Osasco. O setor de comércio e serviços pulou de 56% para 84%.
Uma das maiores empresas ainda instaladas na região é o Banco Bradesco, que, em 1953, ergueu sua matriz no lugar conhecido como Cidade de Deus, perto do que hoje é o centro da cidade.
Com área equivalente a 36 campos de futebol, o local nasceu menor, como um conjunto habitacional para os empregados. Tinha escola, mercearia e até zoológico. Na época, eram 1.200 empregados. Hoje, são mais de 12 mil. Nenhum deles mora lá.
Isso porque Osasco cresceu no entorno. "A região se desenvolveu e tem condições de atender às necessidades dos funcionários", diz Nilton Pelegrino, 61, diretor-executivo do Bradesco, lá há 42 anos.
Ele conta que, para que a empresa pudesse atuar naquela área pouco estruturada, criaram-se sistemas de transporte e comunicação.
A abertura de grandes empreendimentos, para o secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano de Osasco, Sérgio Gonçalves, é benéfica, porque eles trazem consigo infraestrutura.
"Quem quer construir aqui é bem-vindo, mas precisa vir acompanhado de contrapartidas urbanísticas, com um projeto pensado para a cidade", afirma ele.
