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Santana/Guarulhos

Santana é a maior vitrine do alto padrão na zona norte

Bruno Santos/Folhapress
Apartamento decorado do edifício Sophis Santana, no bairro de Santa Teresinha, com quatro quartos
Apartamento decorado do edifício Sophis Santana, no bairro de Santa Teresinha, com quatro quartos

A proximidade com o centro da capital somada a uma boa oferta de restaurantes e comércio fez do distrito de Santana a principal vitrine imobiliária da zona norte, atraindo, ao mesmo tempo, moradores endinheirados e imóveis de alto padrão -que custam mais de R$ 700 mil.

Dos 24 empreendimentos com apartamentos à venda no momento, metade entra nessa categoria e a maioria tem áreas a partir de 100 m² e três ou mais dormitórios, segundo levantamento da consultoria Geoimovel.

É o caso do edifício Sophis Santana, da incorporadora Eztec, onde um apartamento tem área útil de 277 m², quatro dormitórios e cinco vagas de garagem -a unidade custa, em média, R$ 2,6 milhões.

Para Lucas Araújo, coordenador de inteligência de mercado da construtora Trisul, as incorporadoras voltaram a olhar para Santana quando perceberam que lá havia uma boa oferta de terrenos.

Segundo ele, o público-alvo dos novos imóveis são famílias grandes de alto poder aquisitivo, atraídas pelo "clima de cidade de interior" da zona norte e por melhorias na infraestrutura da área.

A incorporadora é responsável pelo edifício de alto padrão Magnific Santana, com apartamentos vendidos a R$ 1 milhão, em média.

Mas o bairro também oferece opções mais econômicas. "Santana abriga tanto moradores de classes altas como de classe média", afirma Lucas Tarabori, diretor de negócios da Gafisa, responsável pelo edifício Smart Santana, da incorporadora. Lá, apartamentos de dois ou três dormitórios custam, em média, R$ 615,7 mil.

PERFIL

Em geral, os moradores de Santana têm um forte vínculo com o bairro e são fiéis na hora de buscar um novo apartamento. "Não sei explicar, nunca tive vontade de sair daqui. Deve ser pela família, pela proximidade com a serra, pelo clima de cidade pequena", conta a dona de casa Clara Fernandes, 58, que mora lá desde criança.

Recentemente, precisou sair do bairro pela primeira vez e se mudar para Londrina, no Paraná, por causa do trabalho do marido. Vendeu a casa onde vivia com a família e comprou para os filhos um apartamento no edifício Mônaco, no bairro de Santa Teresinha. Antes, já havia se mudado outras duas vezes, sempre dentro de Santana.

"Venho visitá-los a cada quinze dias e aproveito para reencontrar o bairro. A gente reclama de tudo aqui, mas se você perguntar se queremos sair, com certeza a resposta é não", afirma.

O caráter bairrista de Santana pode ser explicado por sua origem residencial, afirma o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, Gilberto Belleza: "Era um bairro um pouco afastado. A chegada do metrô, na década de 1970, fez com que várias construções baixas fossem demolidas para dar lugar a edifícios".

A moradora Ademira Guedes, 56, diz que há cerca de quinze anos nenhum prédio era construído em sua rua. "Aos poucos, foram ocupando os espaços das casas. Tive amigas que venderam seus imóveis e se mudaram", diz.

Segundo Belleza, apesar das mudanças, a relação dos moradores com a região continua parecida. "Montam sua vida no próprio bairro, onde têm trabalho, lazer e família. Assim, praticamente não precisam sair de lá."

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