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Santana/Guarulhos

Preço baixo leva mais paulistanos para Guarulhos

Bruno Santos/Folhapress
Fachada do Parque Residence, da incorporadora PDG Realty, em Guarulhos
Fachada do Parque Residence, da incorporadora PDG Realty, em Guarulhos

Com 1,3 milhão de habitantes, a segunda maior cidade do Estado ainda tem espaço para crescer. Entre 2009 e 2014, Guarulhos recebeu mais de 35 mil novos apartamentos, de acordo com levantamento da consultoria Brasil Brokers.

O estudo indica também que o metro quadrado dos empreendimentos lançados no ano passado custava, em média, 45% a menos do que em São Paulo.

João Lima Júnior, professor de mercado imobiliário da USP, afirma que, com a valorização dos imóveis da capital nos últimos dez anos, as pessoas tiveram de optar entre um apartamento pequeno em São Paulo ou um maior fora da cidade. Muitos elegeram a segunda opção.

Por meio de uma legislação amigável ao mercado imobiliário -com menos entraves para a construção de novos edifícios do que na capital-, Guarulhos sofreu um adensamento demográfico.

Para Lima Jr., a tendência deve se agravar com a aprovação do novo Plano Diretor e da lei de uso e ocupação de solo de SP. Como as novas regras "limitam a construção" na capital, a consequência a médio prazo é a migração de empreendimentos para cidades do entorno.

A incorporadora PDG Realty, responsável por quatro empreendimentos em Guarulhos, pretende continuar investindo na região, segundo a gerente da empresa Ana Cristina Nogueira.

EX-ZONA LESTE

Além de oferecer preços vantajosos, a cidade pode ser uma alternativa para quem mora em lugares distantes do centro de São Paulo e que, por meio das rodovias Dutra, Régis Bittencourt e Ayrton Senna, terão acesso facilitado ao local de trabalho na capital.

Segundo Nogueira, grande parte dos compradores vem das zonas norte e leste de SP.

É o caso da gerente Soraia Mendes, 39, moradora do Itaim Paulista, na zona leste, que vai se mudar em breve para o edifício Parque Residence, da PDG. De Guarulhos, ela gastará entre 20 e 40 minutos até o trabalho, na Penha, também na zona leste. Hoje, saindo do Itaim Paulista, o trajeto dura uma hora.

Ela diz que dificilmente conseguiria comprar o mesmo imóvel na capital por valor semelhante. Outro fator decisivo foi a "comodidade de ter acesso exclusivo ao shopping ao lado do prédio".

Ela se refere ao recém-inaugurado Parque Shopping Maia. Com lojas voltadas a um público de alto poder aquisitivo, como Calvin Klein, Le Lis Blanc e Tommy Hilfiger, o local atende à demanda de uma elite crescente.

O casal Jeter, 38, e Ariane Bartolomeu, 34, comemora a vinda do shopping. Eles continuam frequentando restaurantes dos Jardins, na capital, mas já não precisam ir a Higienópolis para tomar o sorvete da Bacio di Latte, como faziam antes. Agora o encontram ao lado de casa.

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Mas nem só de 'shoppings maias' e 'bacio di lattes' é feito o desenvolvimento de Guarulhos. A maioria dos edifícios com imóveis à venda se enquadra no segmento econômico, com metro quadrado entre R$ 4 mil e R$ 5 mil.

A incorporadora MRV já entregou na cidade mais de 4.150 unidades que podiam ser financiadas pelo programa Minha Casa Minha Vida.

O Parque Santa Teresa, por exemplo, foi lançado no ano passado e tem apartamentos de 40 m² à venda por R$ 167.800. Localizado no leste de Guarulhos, distante do centro, o prédio oferece diferentes opções de lazer para o morador, como piscina, quadra gramada e playground.

Se até agora a prefeitura estimulou a vinda de novos moradores -48% da população de Guarulhos não é nascida na cidade- hoje a administração já considera frear a expansão do setor imobiliário com um novo plano diretor.

"A ideia é potencializar investimentos nos eixos de transporte, onde há estrutura para receber mais moradores, mas controlar o crescimento em regiões menos desenvolvidas", diz Roberto Moreno, presidente do Núcleo Regional Guarulhos do Instituto de Arquitetos do Brasil.

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