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Tatuapé/ABCD

Mooca ganha novas caras com a chegada de restaurantes e bares

Ernesto Rodrigues/Folhapress
Com ar interiorano, bar Cateto só serve cerveja artesanal e charcutaria de pequeno produtor
Com ar interiorano, bar Cateto só serve cerveja artesanal e charcutaria de pequeno produtor

Se você perguntar a um típico morador da Mooca o que é um hipster, provavelmente ouvirá um "não sei" com um gesto com a mão à italiana.

Mas essa turma mezzo moderna, mezzo retrô já faz parte do tradicional bairro da zona leste há cerca de dois anos, quando bares e baladas começaram a pipocar na região.

"A Mooca está acontecendo, as pessoas estão descobrindo o bairro", afirma Marco Assub, sócio do BTNK (lê-se beatnik, movimento cultural dos anos 1950), bar montado há pouco mais de um mês no vagão restaurado de um cemitério de trens paralelo à linha da CPTM.

Assub conta que o interesse pela Mooca foi despertado pela peculiaridade do local. "O visual é totalmente diferente, você está comendo e passa um trem do seu lado."

Num negócio de hipster para hipster, Assub alugou o vagão do projeto Nos Trilhos, que faz festas e encontros culturais e usa parte da receita para revitalizar o espaço.

Morador da Mooca há quase 20 anos e um dos idealizadores do Nos Trilhos, Sidnei Gonçalves diz que o projeto é um braço jovem da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), que tem um acordo de concessão por cem anos com o governo federal, dono do lugar.

Zé Carlos Barretta/Folhapress
Festa Calefação Tropicaos ocupa espaço Nos Trilhos, antigo cemitério de trens
Festa Calefação Tropicaos ocupa espaço Nos Trilhos, antigo cemitério de trens

O conceito de revitalização é muito associado aos hipsters. Em São Paulo, o exemplo mais claro desse processo é a região do Baixo Augusta. No exterior, o Brooklyn, em Nova York, é uma das principais referências.

Se depender dos planos de José Américo Crippa, o Tatá, a história não será diferente na Mooca. Criado na região, ele trabalha num projeto para levar galerias de arte, estúdios de tatuagem, lojas de vinil e restaurantes à área das ruas Borges Figueiredo e da Mooca, cheias de galpões abandonados. A iniciativa foi chamada de Distrito Mooca. E ele deve inaugurar no começo do próximo ano sua segunda hamburgueria na área.

"Por que deixar a região abandonada se a gente pode revitalizar, entrar com arte, gastronomia?", diz Tatá.

Na época em que começou a tomar forma a ideia de abrir um bar que só servisse cerveja artesanal e queijos de pequenos produtores ao som de blues, Eduardo Brandão e Márcio Tirico trabalhavam numa agência de publicidade na própria Mooca.

"Antes de falar em Mooca, a gente estava procurando bairros que tivessem história e conceito", diz Tirico, que comanda com Brandão e Alessandra Souza o bar Cateto. O trio chegou a pensar em instalar o bar na Pompeia ou em Perdizes, até que veio o clique: "Por que não Mooca? A gente já está aqui, já trabalha aqui". "Então, nosso mundinho virou mooquense", conta Tirico.

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