Encontre o seu imóvel

Veja a lista de apartamentos à venda em São Paulo

Vila Mariana/Santo Amaro/Campo Belo

Sem espaço, Paraíso tem os imóveis mais caros

Eduardo Knapp/Folhapress
Piscina na cobertura do edifício residencial Brookfield Design Ibirapuera, com vista para a av. 23 de Maio
Piscina na cobertura do edifício residencial Brookfield Design Ibirapuera, com vista para a av. 23 de Maio

A boa localização é o principal atrativo do Paraíso –afinal, o bairro, pertencente à região da vila Mariana, é próximo da av. Paulista e no meio do caminho entre o centro e os Jardins.

Somado a isso, a baixa oferta, tanto de terrenos quanto de empreendimentos, faz com que a região seja a mais cara entre os distritos de Saúde, Campo Belo, Santo Amaro, Vila Mariana e Jabaquara. O m² no bairro fica em torno de R$ 14.600, segundo a consultoria Geoimovel.

"É um bairro com infraestrutura, perto do parque Ibirapuera e próximo a centros financeiros. A tendência é que as pessoas queiram trabalhar cada vez mais perto dos seus trabalhos", diz Odair Senra, presidente do Sinduscon-SP.

Para Thiago Castro, diretor de novos negócios da imobiliária Brasil Brookers, o que explica os preços altos é o fato de ser uma "região universal", quer dizer, que atrai diferentes públicos.

"Hoje, qualquer coisa nova nessa região dificilmente sai por menos de R$ 15 mil o m²", afirma.

Atualmente, há quatro empreendimentos com imóveis disponíveis na região, que juntos somam 52 apartamentos à venda. Apenas um deles tem unidades de quatro dormitórios; os outros têm imóveis de um a três quartos.

O Brookfield Home Design Ibirapuera, por exemplo, da incorporadora Brookfield, tem apartamentos de dois e três dormitórios, com áreas que vão de 56 m² a 89 m² e preços a partir de R$ 1,2 milhões.

Eduardo Knapp/Folhapress
Salão de festas do edifício da Brookfield, no Paraíso; apartamentos custam a partir de R$ 829 mil (com 56 m²)
Salão de festas do edifício da Brookfield, no Paraíso; apartamentos custam a partir de R$ 829 mil (com 56 m²)

PLANO DIRETOR

Segundo Castro, com o novo plano diretor, as quadras mais próximas ao metrô devem abrigar apartamentos menores, de até três dormitórios, 80 m² e uma vaga na garagem. Já a área restante tem potencial para imóveis de alto padrão de três e quatro dormitórios.

"O Paraíso tem condições de crescer, mas o problema é que você já não encontra lá terrenos grandes. Os empreendedores precisam fazer um grande esforço de aquisição de pequenas propriedades", explica João da Rocha Lima Jr., engenheiro civil, professor da Escola Politécnica da USP.

ACLIMAÇÃO

Bem próximo ao Paraíso, a Aclimação, vive uma situação parecida. Com muitos empreendimentos lançados na última década, o bairro tem sofrido uma desaceleração do mercado.

O cozinheiro Fernando Mello, 24, mora no bairro há 15 anos e conta que nos últimos oito anos as obras de novos prédios se tornaram comum na região. "É até um pouco irritante. Em todo lugar tem uma caçamba de entulho e o trânsito até piorou", conta.

O levantamento da Geoimovel mostra que apenas um dos empreendimentos do bairro, lançado em 2014, ainda tem imóveis em estoque: 67 apartamentos.

"Há uns oito anos, os empreendimentos da região tinham um valor de R$ 5 mil o m². Depois virou, R$ 7 mil, R$ 9 mil... O mercado foi respondendo bem aos lançamentos, mas quando chegou em um patamar de R$ 10 mil, R$ 11 mil, engasgou", explica Castro.

Além disso, segundo Lima Jr., a Aclimação não é um bairro migratório. "Faz 50 anos que o bairro é assim. Dificilmente você traz alguém que nasceu na zona sul para a Aclimação. Só vai morar lá alguém que já tem algum vínculo com o bairro."

Segundo ele, é um bairro para as classes média e alta. "Provavelmente o caminho para o setor imobiliário voltar a crescer na região é oferecer imóveis menores para classe média que quer morar perto do parque e grandes para a classe alta", diz.

Bairros da Série