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Vila Olímpia/Jardins/Morumbi

No Real Parque, novos prédios dividem espaço com Cohab

Uma nova paisagem começa a ser desenhada no Morumbi, distrito que virou até um clichê da desigualdade com seus imóveis de alto padrão ao lado de favelas.

Em algumas áreas, os barracos são, aos poucos, substituídos por estruturas menos precárias, com acesso a água e luz sem "gatos".

No Real Parque, a favela começou a ser derrubada em 2011. No lugar, torres coloridas da nova Cohab passaram a abrigar parte dos antigos moradores. Ao lado, três lançamentos são raridade no bairro, onde quase todos os terrenos já estão ocupados por edifícios sofisticados.

"Hoje, próximo ao empreendimento, não temos uma favela, temos um conjunto habitacional organizado. É claro que isso traz benefícios, para todos", afirma Renato Farah, diretor da Citycon, responsável pelo Maison Marseille (R$ 573 mil).

Com apartamentos de 60 m² e dois dormitórios, o público-alvo é de pessoas jovens que buscam fácil acesso aos eixos comerciais, localizados do outro lado da ponte.

Outro empreendimento do bairro, o Tate Real Parque (a partir de R$ 777.700) mira no público de alto padrão. Com sala de massagem e de ioga, sauna equipada com ofurô e piscina de fundo espelhado, o prédio da incorporadora Ditolvo tem opções de três a quatro dormitórios.

"Quem se incomoda não precisa conviver. Apesar da proximidade, não é preciso passar por nada para acessar o prédio", diz Renata Pasqua, diretora da incorporadora, em relação à área da Cohab, que abriga também alguns barracos de pequeno comércio.

A valorização imobiliária, fruto do processo de urbanização, já chegou às comunidades. Em Paraisópolis, o aluguel disparou nos últimos anos. "O aluguel que antes custava R$ 300, hoje, chega a R$ 800", afirma Bruna de Jesus, 26, que vive na favela desde que nasceu.

O aumento do valor é um problema para moradores que foram retirados de seus barracos e esperam as novas habitações.

"Tem gente há cinco anos ganhando R$ 400 de aluguel social, mas não acha nada com esse preço", reclama José Maria de Oliveira, 60, da União em Defesa da Moradia do Complexo Paraisópolis. Segundo a Secretaria de Habitação da prefeitura de São Paulo, "o benefício de auxílio aluguel tem a função de complementar a renda da família até o atendimento habitacional definitivo".

"É um paradoxo terrível: é preciso levar estrutura, mas a experiência mostra que habitações populares em zonas de alto valor acabam mudando de dono com o tempo", diz a professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP Suzana Pasternak.

De acordo com regras da Secretaria de Habitação, só é permitido vender ou alugar um apartamento da Cohab uma vez que ele esteja totalmente pago.

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