Alphaville/Tamboré

Falta de espaço para novas casas em Alphaville dá fôlego às revendas

Raquel Cunha/Folhapress
Condomínio Alphaville Burle Marx
Condomínio Alphaville Burle Marx

Escassez de terrenos, demanda por imóveis mais baratos e o processo de verticalização frearam os lançamentos dos tradicionais condomínios de casas em Alphaville.

Mas os loteamentos não perderam o apelo para quem sonha em morar em casa, ainda mais a preços inferiores àqueles da capital paulista. A diferença é que agora quem quer morar num dos 13 condomínios horizontais do bairro precisa buscar revendas.

O valor do metro quadrado de uma casa de três dormitórios e 300 m² em Alphaville é de R$ 4.833.
Já o de um imóvel em um condomínio em Moema, zona sul de São Paulo, com o mesmo número de quartos e 289 m², salta para R$ 14.878/m².

O público-alvo dos empreendimentos continua sendo as classes A e B, mas os preços mais baixos têm atraído novos moradores.

"Se antes eram sobretudo executivos e funcionários das empresas vizinhas, hoje são profissionais liberais, empreendedores, aposentados e pessoas que trabalham em outras regiões", diz Katia Oliveira, diretora de produto da empresa de loteamentos Alphaville Urbanismo.

Depois que ladrões entraram duas vezes na sua casa de Pirituba, zona leste de São Paulo, o chefe de cozinha Gilberto Bueno, 41, decidiu que se mudar para um condomínio fechado. Ele chegou a procurar na Granja Viana e em Jundiaí, mas diz que encontrou em Alphaville o melhor custo-benefício.

Bueno comprou um terreno no Alphaville Burle Marx, em 2013, e, em janeiro deste ano, mudou-se com a mulher e duas filhas para a casa que construiu, de 400 m² -a de Pirituba tinha 115 m².

Se faltam novos loteamentos, começam a surgir em Alphaville condomínios horizontais que já vêm com imóveis prontos, como os da avenida Marcos Penteado de Ulhôa Rodrigues. Em geral, também são mais baratos.

"Há tanto casas de extremo luxo, que superam a cifra de dezenas de milhões de reais, como casas em condomínios horizontais com preços abaixo de R$ 1 milhão", diz Mauro Piccolotto Dottori, presidente da Aiat (Associação de Indústria Imobiliária de Alphaville, Tamboré e Região) e da construtora MPD.

Segundo Alexander Clein, diretor comercial do portal imobiliário VivaReal, a maior procura em Alphaville envolve imóveis com mais de 200 m². "Quem opta por uma casa aprecia um tipo de moradia com mais privacidade e espaço livre, com segurança e lazer de clube", diz Katia Oliveira.

Segurança e tranquilidade determinaram a mudança da família Hanek. Em 2003, os cinco membros da família deixaram um apartamento de três dormitórios em Moema para se juntar aos avós numa casa de cinco quartos no Alphaville 2.

"A casa era muito grande só para os meus avós, e minha mãe já se interessava pelo bairro, por questões de segurança", conta a estudante Laura Hanek, 20.

Assim como Gilberto, Hanek reclama do trânsito em Alphaville. Para ela, houve piora considerável com a expansão dos últimos anos.

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