Interior/Litoral

Vilas de casas dominam paisagem no litoral norte de São Paulo

Raquel Cunha/Folhapress
Ambará Village, na praia da Baleia, em São Sebastião
Ambará Village, na praia da Baleia, em São Sebastião

Separadas pela serra do Mar, as porções sul e norte do litoral de São Paulo têm diferenças que vão além da geografia. Enquanto no sul as cidades são cada vez mais verticais, no norte, por causa de restrições de altura impostas pela legislação, predominam as casas e os edifícios baixos.

Em Caraguatatuba, por exemplo, as construções não podem ultrapassar os três pavimentos em algumas zonas. A limitação, porém, é vista mais como uma qualidade do que como um problema.

O sucesso do momento são os "villaggios" -nova versão dos antigos condomínios de casas, com área de lazer própria e maior segurança."Eles são atrativos porque oferecem as mesmas facilidades, mas com menos vizinhos, o que traz mais sossego" diz o corretor Antônio Carlos Cano, da Ruben Imóveis, de Bertioga.

Em São Sebastião, que inclui as praias de Maresias, Baleia, Juquehy e Paúba, entre outras, as casas de condomínios são responsáveis por 48% da oferta de imóveis, de acordo com o portal VivaReal.

Raquel Cunha/Folhapress
Casa do Ambará Village, com piscina particular
Casa do Ambará Village, com piscina particular

PREÇO DO SOSSEGO

De acordo com os dados do portal, o preço médio do metro quadrado no litoral norte fica entre R$ 3.076,em Caraguatatuba, e R$ 3.965, em Ilhabela. No entanto, em condomínios de alto padrão, o valor de um imóvel muitas vezes alcança sete dígitos.

O condomínio Ambará Village, na praia da Baleia, em São Sebastião, conta com 21 casas -cada uma de 430 m² de área privativa- a 150 metros da praia. Com jardim, spa, academia, brinquedoteca e sala de cinema, as unidades podem chegar a custar R$ 4,5 milhões.

De acordo com o executivo-chefe de operações do VivaReal, Lucas Vargas, o perfil dos compradores no litoral norte é de famílias jovens, com ou sem filhos, de classes média e alta.

Para o diretor regional do Secovi-SP (sindicato da habitação), Frederico Marcondes Cesar, os consumidores estão dispostos a pagar mais por exclusividade e comodidade.

"Esses condomínios têm serviços na praia para os moradores que vão desde bares até cadeira, esteira, barraca e guaritas de segurança", diz ele. " As pessoas querem é isso: um lugar para poder descansar e curtir sem ter que 'carregar a casa nas costas' para ir à praia".

Divulgação
Condomínio Reserva Mata Azul, no Canto do Moreira, Maresias
Condomínio Reserva Mata Azul, no Canto do Moreira, Maresias

CONTRASTE

Levantamento da SOS Mata Atlântica em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgado no final do ano passado revelou que as três cidades com a mata atlântica mais preservada de todo o Estado de São Paulo estão localizadas no litoral norte.

Ubatuba, Ilhabela e São Sebastião têm entre 84% e 85% de cobertura vegetal com a floresta -a capital paulista tem apenas 18%.

De acordo com o chefe de operações no litoral e interior de São Paulo da imobiliária Lopes, Paulo Pinheiro, os consumidores com maior poder aquisitivo recorrem à região em busca de uma mudança de ares.

"Os compradores saem da capital com o sonho de ter um lugar que sintam como seu, sem tantas limitações, para relaxar, aproveitar a natureza, levar seu animal de estimação, ter espaço para as crianças correrem", afirma.

Um empreendimento que ilustra a presença da natureza na região é o condomínio Reserva Mata Azul, em uma área de 308.000 m² dentro da Reserva Ecológica Mata Atlântica, no Canto do Moreira, em Maresias.

O local tem de um lado o oceano Atlântico e, de outro, a mata. Com opções de casas, os imóveis possuem área útil de 33 a 176 m² e contam com ampla infraestrutura e serviços inspirados em resort.

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