Itaim/Vila Olímpia

Executivos trocam carro por bicicleta e economizam tempo no trajeto até o trabalho

O analista Bruno Mendonça, 35, leva quase dez minutos de bike para percorrer os menos de dois quilômetros que separam sua casa, na rua Santa Justina, no Itaim (zona oeste), do seu trabalho, na avenida Juscelino Kubitschek. Se fizesse o trajeto a pé, levaria 20 minutos; de carro, uma hora em horário de pico.

Mendonça utiliza a ciclovia da avenida Faria Lima, uma das mais movimentadas da cidade, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Por ela, passam 2.500 ciclistas por dia. Na ciclovia da marginal Pinheiros, por exemplo, circulam apenas 34 nos intervalos de maior demanda (das 7h às 10h e das 17h às 20h).

Como anda poucos quilômetros, sempre antes das 8h, o analista chega "inteiro" ao trabalho. E faz tudo isso de camisa, calça e paletó. "A bicicleta é muito prática. É o que me segura no bairro", diz.

Não é o caso do colega, o também analista Fabiano Marques, 38. Morador da Vila Leopoldina (zona oeste), ele percorre dez quilômetros de bike em meia hora para chegar ao mesmo destino. A diferença está no traje: de shorts e camiseta -na mochila, carrega a roupa que vestirá no trabalho após o banho.

Bruno Santos/Folhapress
O analista Fabiano Marques, que vai ao trabalho de bike pela ciclovia da Faria Lima
O analista Fabiano Marques, que vai ao trabalho de bike pela ciclovia da Faria Lima

TRAJE

No edifício, os profissionais que andam de bike se dividem entre aqueles que chegam de paletó e os que pedalam de forma esportiva.

"O limite vale para quem mora a três quilômetros do banco. Mais que isso, a pessoa precisa tomar um banho", completa Marques.

O prédio em que ele e Mendonça trabalham, no complexo JK, tem um bicicletário com 110 vagas.

Nos primeiros anos, poucos executivos se atreviam a ir de bicicleta ao trabalho, conta Edmar Cioletti, superintendente de facilities -um profissional que faz a gestão do edifício. "Depois que implantaram vestiários com chuveiro, aumentaram os adeptos", afirma ele.

"Nos prédios que concentram várias empresas, a adesão pela bike é menor", diz.

Ciclovia executiva

BIKE CAFÉ

Ciclistas das avenidas Luís Carlos Berrini e Faria Lima têm dois novos pontos de apoio para não largar o meio de transporte sobre duas rodas: os bikes cafés Aro 27, perto do Largo da Batata, e Brooklin, na rua Pensilvânia. Lá, é possível tomar banho e fazer reparos nas bikes.

O fotógrafo Frederico Busch, dono do café Brooklin, conta que vários executivos têm optado pelo meio transporte. O que tem segurado a adesão de mais ciclistas de paletó, na opinião de Busch, é a insegurança.

"Mesmo assim, todos os dias tem gente nova na loja. Às 18h, tem até engarrafamento de bicicleta na ciclovia. Parece Amsterdã."

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