Solteiros que querem morar perto do trabalho alimentam mercado de imóveis compactos
Reinaldo Canato/Folhapress | ||
Apartamento decorado do edifício MaxHaus Vila Olímpia |
Os domicílios com uma pessoa só já são 30% do total no distrito do Itaim Bibi, que engloba toda a região entre as avenidas Berrini e Nove de Julho, na zona oeste. No vizinho Morumbi há 17% dos domicílios com esse perfil, segundo dados do IBGE.
Esse público de solteiros quer comodidade e serviços à mão. "A minha rotina de trabalho é cansativa, então quanto mais perto estiverem as coisas melhor", afirma Estela Muniz, 30, dentista. Ela leva seis minutos a pé do seu prédio, na rua da Mata, até a clínica em que trabalha.
Com boa parte da rotina dedicada ao trabalho, Muniz costuma usar vários restaurantes e serviços da região.
Seis minutos também é o tempo que Antônio Gil, 35, leva para ir de casa ao trabalho. Ele escolheu viver no MaxHaus Vila Olímpia, da incorporadora MaxCasa. O prédio tem unidades customizáveis de 74 m² que custam a partir de R$ 799,7 mil.
"O bairro tem todas as opções de mercado e farmácia a duas quadras de você. Além disso, tem parques", diz.
No condomínio, Gil usa serviços de "pay-per-use", especialmente a lavanderia. "Você não precisa fazer o investimento na máquina nem tê-la dentro de casa", diz.
A demanda por apartamentos pequenos com serviços de flat já se reflete na oferta de imóveis na região. Das unidades lançadas nos últimos cinco anos, 59% têm um dormitório, segundo a consultoria Geoimovel.
É o caso do VN Ferreira Lobo, da incorporadora Vitacon, que tem apartamentos de 29 m² a R$ 630 mil. O prédio já vem com academia, espaço para "coworking", bicicletário e lavanderia coletiva.
OUTROS SERVIÇOS
Além dos prédios para solteiros, começam a surgir na região serviços para quem mora sozinho. Nos supermercados do bairro, como os da rede St. Marché, as prateleiras são repletas de produtos para uma pessoa só: meio mamão, salada pronta no pote, frutas picadas, suco de copo e fatia fina de bolo.
"No delivery, 80% das entregas são de alimentos para consumo imediato", diz Gilson Silveira, da padaria Boston Bakery, que fica na rua Clodomiro Amazonas.
Na avenida Juscelino Kubitschek há também o megaempório italiano Eataly, inaugurado em maio de 2015, com mais de 7.000 produtos e oito restaurantes.
BALADAS
Outro mercado impulsionado por jovens solteiros é o de bares e baladas. No local, há opções para todos os gostos, desde música eletrônica e sertanejo até casas que tocam rock alternativo.
Só na rua Quatá, onde fica a escola de negócios Insper, há quatro casas noturnas e 12 bares. O "esquenta" acontece em restaurantes da região.
Umas das casas mais famosas, a Passion Club, é conhecida como "balada Tinder", porque reúne usuários do aplicativo de paquera.
Outra que tem feito sucesso é a Dukke, que, segundo o promoter Fabio Hassui, tem estilo eclético. "A maioria do nosso público tem entre 25 e 35 anos", diz ele, que atribui o sucesso da noite no Itaim à segurança e à localização privilegiada.