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Em São Bernardo do Campo, prédios visam universitários que vêm de todo país

Raquel Cunha/Folhapress
SAO BERNARDO DO CAMPO - SP - 09.03.2016 - Especial Morar Sao Bernando do Campo. Empreendimento Marco Zero MBigucci fica no entrocanmento das avenidas Kennedy e Vergueiro. (Foto: Raquel Cunha/Folhapress, SUP-IMOVEIS) ***EXCLUSIVO***
Vista do empreendimento Marco Zero, no entroncamento das avenidas Kennedy e Vergueiro

Cortada pelas rodovias Anchieta e Imigrantes e pelo Rodoanel, São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, tem atraído novos moradores com suas universidades e faculdades.

A cidade reúne campus de instituições como a Metodista, Universidade Federal do ABC, e o Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana Padre Sabóia de Medeiros (FEI). Somadas, elas têm cerca de 22 mil estudantes de graduação.

Muitos alunos dividem casas ou apartamentos, e compradores têm apostado nesse perfil para investir em novos empreendimentos.

"Há investidores que compram imóveis com a finalidade de alugar para estudantes", afirma Marcus Santaguita, presidente da Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradores do Grande ABC.

Guilherme Hibeki, 21, aluno de engenharia mecânica da FEI, morava no bairro de Pirituba, zona norte de São Paulo, mas resolveu se mudar para uma casa a três quadras da faculdade. "Ia e voltava todos os dias, mas comecei a estagiar em Diadema e decidi viver mais perto."

Hibeki diz que, na região onde mora, no bairro Assunção, há muitas moradias alugadas por estudantes. "Lá encontro todos os serviços de que preciso: há bancos, padarias... Só o transporte intermunicipal é que é muito ruim. Costumo fazer tudo de carro", afirma.

BARES

No entorno das avenidas Rudge Ramos e Senador Vergueiro, uma das regiões mais valorizadas da cidade, há três universidades: Federal do ABC, Anhanguera e Metodista. Estudantes costumam encher as ruas próximas, como a Sacramento, perto da Metodista, e a avenida Kennedy. Nas vias, multiplicam-se bares e restaurantes.

"Lançamos um empreendimento a 200 metros da Metodista, e 90% das unidades foram compradas. A maioria dos prédios da região é antiga. Quando há um prédio novo, as unidades são logo vendidas", diz Robson Toneto, diretor de vendas da construtora MBigucci. "Alguns dos novos lançamentos usam o sistema pay-per-use, no qual o inquilino paga o que usa."

A empresa é responsável pelo conjunto misto Marco Zero, que reúne escritórios comerciais e lofts residenciais e está a 300 metros do campus da Federal do ABC.

O dentista Alex Kanaan, 34, que mora no bairro Nova Petrópolis resolveu investir no Marco Zero há quatro anos. "A minha primeira motivação foi o preço, pois quero vender ou alugar. A localização é boa, próximo de mercados e bares", diz.

Aluna da UFABC, Nicole de Mingo, 18, mudou-se de Minas Gerais para São Bernardo há um ano e divide um apartamento com uma estudante da Metodista, no Jardim Hollywood.

"Levo uns dois minutos para chegar a pé. Por perto há muitas repúblicas", afirma. "O maior problema é a falta de segurança. Muitos alunos são assaltados nos arredores do campus", conta ela.

A Secretaria de Segurança Pública disse, em nota, que a Polícia Militar realiza o patrulhamento ostensivo e preventivo no campus e que, em janeiro deste ano 20, pessoas foram presas e 29 veículos foram recuperados na região.

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