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Idoso alimenta mercado de serviços exclusivos nos Jardins e em Higienópolis

Além de serem os bairros mais caros da região central, Jardins e Higienópolis têm outra coisa em comum: a proporção de idosos dos dois é o dobro da do resto da cidade de São Paulo –16% do total da população tem mais de 64 anos, segundo dados do Infocidade, da prefeitura.

De acordo com o arquiteto e urbanista Antônio Cláudio Fonseca, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, os bairros atraem o público principalmente pela diversidade de comércio e serviços.

A presença de áreas verdes e hospitais, além da proximidade com a avenida Paulista, também são chamarizes.

"Em Higienópolis há mais áreas verdes do que em outras regiões do centro, e as praças estão bem conservadas. Muitos que moram sozinhos veem esses lugares como espaços de suas relações sociais", afirma Fonseca.

É o caso de Laís Vonwasielewski, 74, que mora há 12 anos em Higienópolis e todas as terças e quintas-feiras faz aulas de tai chi chuan na praça Esther Mesquita.

Raquel Cunha/Folhapress
SAO PAULO - SP - 27.04.2016 - Especial Morar bairros centrais que tem em sua maioria moradias destinadas a solteiros ou casais com apartamentos pequenos de um dormitorio ou estudio. Zilda Homem, 70 (azul escuro) e Maria Romerio Aparecido, 84 frequentam a academia de terceira idade B-Active. (Foto: Raquel Cunha/Folhapress, SUP-IMOVEIS) ***EXCLUSIVO***
Zilda Homem, 70 (esq.) e Maria Romério Aparecido, 84 frequentam a academia da terceira idade B-Active

"O bairro é ideal para mim. Os comerciantes estão muito bem preparados, são pacientes. As calçadas são boas e praças também."

Casados há seis décadas, Clélia Lewi, 81 e Moisés Lewi, 91, moram há 15 anos em Higienópolis. Se mudaram para ficar mais próximos dos filhos. "Aqui a gente pode caminhar tranquilamente. É um lugar muito bom para idosos. O shopping e as praças são pontos de encontro entre amigos", afirma Clélia.

MERCADO

A presença de idosos faz com que surjam serviços especializados para atender esse público. Um deles é a academia B-Active, no bairro de Higienópolis.

Zilda Nadario Homem, 70, mora sozinha nos Jardins e frequenta há quatro anos e meio o local como parte do tratamento de um problema no joelho. Além de sentir melhora na saúde, lá ela reencontra os amigos.

Já a aposentada Maria Aparecida Romério, 84, que vai à academia há três anos, sentiu diferença no cotidiano.

"Estava muito sedentária. Uma sobrinha minha me indicou a academia e gostei. Me sinto mais disposta para sair com amigos e aproveitar o bairro", afirma.

Além do mercado de serviços, o mercado imobiliário também tem investido no público mais velho.

"Eles têm procurado por empreendimentos com muitos serviços, como lavanderia, restaurantes e sistemas de 'relógio de pânico', em que um botão é acionado para alguém prestar socorro em caso de emergência", afirma Alexandre Tirelli, que é presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo.

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