Perdizes/Vila Leopoldina

Rural, parque da Água Branca tem galinha, pavão e feira de orgânicos

Galinhas, gatos e patos e até um pavão saem do portão entre muros amarelos na rua Ministro Godói, zona oeste de São Paulo. Quem não conhece a região pode estranhar, mas é a cara do parque da Água Branca.

Inaugurado em 1929 como parque Dr. Fernando Costa, o espaço com jeito de fazenda já foi a escola responsável pelo desenvolvimento de pesquisas de agricultura e agropecuária no Estado. Até hoje em suas baias e pista há aulas de equitação e sedes de associações agropecuárias.

Ao andar pelas ruelas do parque, de 137 mil metros quadrados, os frequentadores podem encontrar fontes de água potável em área de proteção permanente.

Casinhas com paredes de vidro e cadeiras com guarda-sóis formam um espaço de leitura, com obras de literatura brasileira, estrangeira, e infantojuvenil, além de revistas e outras publicações.

Os prédios do parque, inspirados na região da Normandia, na França, abrigam cursos, como de costura e assistente de cabeleireiro, promovidos pelo Fundo de Solidariedade do Estado.

A estudante de jornalismo Júlia Corazza, 19, moradora de Perdizes, visita o Água Branca desde a infância e já fez o curso de maquiagem.

"Outras áreas da cidade parecem artificiais, as crianças ficam maravilhadas quando entram aqui", diz.

Terças, quintas e sábados são os dias do baile para idosos, realizado pelo Instituto Melhor Idade Estação Vida. Os encontros acontecem há mais de dez anos em dois salões do parque. Nas laterais, casais e dançarinos solitários conversam e paqueram.

Há ainda a praça do Idoso e espaço Melhor Idade, que reúnem equipamentos de ginástica e oferecem cursos como informática e costura.

Dona Elsena Gonçalves, 82, mora há 40 anos em Perdizes e duas vezes por semana passa cerca de duas horas no parque. "Quando meus filhos eram pequenos eu os trazia para brincar. Hoje, faço curso de violão", diz ela.

Elsena conta que chegou a se mudar para Santos, mas acabou voltando para a região há três anos. "Não me acostumei com o litoral, aqui no parque posso encontrar minhas amigas", afirma.

MUSEU E FEIRA

O parque tem também um Museu Geológico (Mugeo), com exemplos de minerais que podem ser encontrados no solo do Estado. E a casa do caboclo, que, nos fins de semana, recebe rodas de viola.

Perto dali, nas manhãs de terça, sábado e domingo, é realizada uma tradicional feira de orgânicos, onde é possível tomar café da manhã com produtos artesanais e comprar alimentos sem agrotóxicos.

O parque abre diariamente das 6h às 22h, e a entrada principal fica na avenida Professor Francisco Matarazzo, 455.

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