Santana/Casa Verde

Condomínios horizontais marcam paisagem da região

Raquel Cunha/Folhapress
Área do condomínio Florada da Serra, no Tremembé
Área do condomínio Florada da Serra, no Tremembé

A zona norte foi a região de São Paulo com o maior número de novos empreendimentos horizontais no primeiro trimestre deste ano –53% do total, segundo dados do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário). Liderando a lista estão os distritos de São Domingos e Casa Verde, que juntos somam 68 casas.

A região, que abriga o parque estadual da Cantareira –considerado a maior unidade pública de conservação florestal da capital paulista–, tem vocação para esse tipo de modelo imobiliário. A proximidade de áreas verdes e as leis que restringem a construção de prédios são alguns motivos que levam a isso.

"Nos conjuntos de casas, há uma maior qualidade de vida, espaço e segurança, além de o condomínio ser mais barato", afirma Celso Petrucci, que é economista-chefe do Secovi.

"A região é arborizada, tem clima de interior e uma infraestrutura completa de serviços", completa Antonio Teixeira de Araújo, diretor da construtora Real North.

A empresa lançou em agosto de 2015 o Residencial Erika, no bairro da Casa Verde, com 19 casas de 100 metros quadrados. Até agora, 16 foram vendidas (cada uma delas vale R$ 395 mil).

Outra que investe no bairro é a Pasquale Imóveis. Segundo Marcelo Pasquale, diretor da empresa, a concentração de empreendimentos desse tipo no local pode ser explicada pela proximidade com o aeroporto Campo de Marte. "Na Casa Verde temos restrições de tamanhos de prédios, por ser rota de aviões. Além disso, há muitos imóveis antigos com terrenos grandes, acima de 500 metros quadrados, que podem dar lugar a empreendimentos", afirma.

Em algumas regiões do Tremembé, em áreas de preservação ambiental, também há regras que limitam a construção de edifícios altos.

"Esse é o fator que mais atrai os compradores", diz Fernando Henrique Bernes, responsável pelas vendas do condomínio Florada da Serra, que fica perto de uma área de preservação.

O empreendimento reúne 18 casas de padrão alto, com 280 metros quadrados, quatro dormitórios e quatro vagas de garagem.

As unidades incluem "mimos", como ponto para lareira a gás, infraestrutura para ar-condicionado e tetos rebaixados em gesso, além de aquecimento solar e sistema de reúso das águas pluviais. Seis unidades ainda estão à venda e custam a partir de R$ 1,2 milhão.

ESPAÇO E PRIVACIDADE

"Aqui me sinto mais em casa. Tenho quintal, um espaço maior, também não há elevadores, e o condomínio é mais barato", afirma a aposentada Ana Mizuno, 60, que já morou em apartamento e desde dezembro do ano passado está em um condomínio na região da Casa Verde.

A empresária Kelcia Romano, 36, trocou um apartamento no Limão por uma casa de condomínio no bairro. "Eu precisava de mais espaço para os meus filhos. A gente só perde um pouco de privacidade, poque uma janela fica de frente para a outra."

p(tagline) Colaborou ANAÏS FERNANDES

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