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Alphaville

Verticalização muda paisagem e perfil de Alphaville, que ganha mais comércio e serviços

Raquel Cunha/Folhapress
Vista da avenida Alphaville, em Barueri
Vista da avenida Alphaville, em Barueri

Quando se pensa em Alphaville, o bairro planejado entre as cidades de Barueri e Santana de Parnaíba, na região metropolitana de São Paulo, o que vem à mente é um condomínio de casas luxuosas. Mas não é mais assim. Hoje, para se ter uma boa vista do lugar é preciso olhar para o alto.

A região vive um processo de verticalização intensa -torres residenciais já ocupam a área onde antes predominavam loteamentos de casas. Só nos últimos cinco anos, pelo menos 21 edifícios do tipo foram erguidos no bairro.

Junto com o crescimento vertical, aumentou também o leque de serviços e estabelecimentos comerciais. E o que antes era um conjunto de casas foi ficando cada vez mais com cara de cidade.

Segundo a pesquisadora Mariana Guerra, que fez mestrado sobre o assunto na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, os incentivos da região à indústria foram determinantes. As leis para loteamentos também ficaram mais duras, o que tornou a construção de prédios uma opção mais atrativa.

"Em função do aumento da oferta de serviços e da saturação dos meios de locomoção, as pessoas que trabalham em Alphaville passaram a querer morar lá", diz.

Os prédios fizeram o preço de morar por lá diminuir. Dos 44 empreendimentos com imóveis à venda na região (que inclui as cidades de Barueri e Santana de Parnaíba), 28 têm o perfil econômico ou popular (custam até R$ 399 mil), segundo a consultoria Geoimovel. Só três são classificados como de alto padrão.

"Isso tem relação com o valor do terreno e o maior aproveitamento da área construída", diz Debora Bertini, diretora da construtora MPD. Segundo ela, é possível erguer na região, por preços econômicos, um empreendimento que em São Paulo seria de alto padrão.

O edifício Hit Alphaville, por exemplo, tem piscina, portaria blindada e unidades a partir de R$ 370 mil.

FILHOS PRÓDIGOS

Os alvos dos empreendimentos são, além de quem trabalha por lá, os filhos daqueles que se mudaram para Alphaville na década de 1970 e que agora não querem ir para longe da família.

Esses moradores, que foram para a região para fugir do caos de São Paulo e se habituaram ao clima recluso dos condomínios, estão tendo que se acostumar com o fato de que o bairro está ficando mais parecido com uma cidade pulsante.

"A razão de ser de Alphaville está mudando", afirma Leonardo Raymundo, gerente comercial e de marketing da incorporadora PDG, responsável pelo Hit Alphaville. "Quem mora nos condomínios fechados foi para lá buscando um refúgio, e hoje o bairro cresceu."

É o que também acha Marco Guilhermino, morador e presidente da Associação Residencial Tamboré 3. O desenvolvimento da região trouxe o trânsito, antes restrito ao acesso à Castello Branco, para dentro de Alphaville.

"As vias não estão preparadas", opina. Ele acredita que bolsões de estacionamento próximos aos centros comerciais ajudariam.

Para Fernanda Barbara, professora de projeto da Escola da Cidade, o que ocorre hoje em Alphaville é a continuação de um "processo de expansão urbana desordenada" que já acontece em São Paulo ao longo de suas principais rodovias.

Mas, na opinião de Guerra, a população também têm a ganhar com a proliferação do comércio. "Antes eles eram dependentes da vida em São Paulo. Hoje, essa ligação não é mais necessária."

Apesar da metamorfose do bairro, as incorporadoras asseguram que o espaço das moradias de alto nível continua garantido.

"A vocação de Alphaville é o alto padrão", afirma Carlos Eduardo Fernandes, superintendente comercial da Brookfield Incorporações.

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