Interior/Litoral

Dez cidades a até 200 km de SP têm terrenos para quem quer morar ou ter o segundo imóvel

Com muito verde e infraestrutura completa, dez cidades paulistas situadas a até 200 quilômetros da capital atraem os que buscam uma casa de campo para morar ou fugir, aos fins de semana, da região metropolitana.

Essas cidades concentram 58 projetos residenciais aprovados pelo Graprohab (Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo, órgão que regula o setor) entre janeiro de 2015 e março de 2016.

Dos 230 municípios localizados nesse raio, 90 aprovaram 199 projetos residenciais no período, segundo levantamento do Secovi-SP, feito a pedido da Folha.

Leme, Piracicaba, Indaiatuba, Itu, Sorocaba, Jundiaí, Jaguariúna, Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim e Itapira lideram o ranking com mais empreendimentos, em fase de construção ou planejamento, e concentram 29% do total de projetos previstos nessa área.

São cidades situadas em eixos de importantes rodovias, como a dos Bandeirantes, a Castello Branco e a Anhanguera, com infraestrutura e extensas áreas verdes, muitas consideradas parte dos bolsões verdes do Estado.

Os empreendimentos nessas dez regiões são impulsionados também pelo desenvolvimento industrial. Caso de Piracicaba, onde a coreana Hyundai iniciou suas atividades há três anos, e de Sorocaba, com a instalação da segunda fábrica da japonesa Toyota, em 2012.

"Essa segunda onda de industrialização no Estado incrementou a demanda por novos serviços e áreas comerciais e favoreceu o mercado imobiliário. Foram criados projetos para atender aos moradores e a quem opta por um segundo imóvel -que, no futuro, pode se tornar o primeiro. O lote funciona como uma reserva de valor", diz Caio Portugal, vice-presidente de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Secovi-SP.

Raquel Cunha/Folhapress
Entre Jundiaí e Cajamar, o complexo Capitalville tem clube, lagos e áreas verdes
Entre Jundiaí e Cajamar, o complexo Capitalville tem clube, lagos e áreas verdes

MATA PRESERVADA

Na região de Botucatu (a 238 km de SP), o Ninho Verde 2 Eco Residence, com 1,8 milhão de metros quadrados de mata preservada, vendeu 92% dos 11 mil lotes. Em média, têm 450 m² e custam R$ 75 mil.

"Não é uma pracinha verde, dizem os compradores, ao verem mata, trilha, lago. Outro atrativo é que o dono do lote paga uma pequena mensalidade e tem direito a usar os 17 clubes dos nove empreendimentos da empresa em outras localidades", diz Leandro Marzagão, gerente de marketing da Momentum, empresa de loteamentos, responsável pelo Ninho Verde 2.

Morador da Vila Nova Leopoldina (zona oeste de SP), Massimo Di Marco, 50, gestor da área comercial da Apas (Associação Paulista de Supermercados), construiu em 2014 uma casa no local.

"Além de resgatar um espaço que tive na infância, com a casa de meus pais em Teresópolis (RJ), estou fora do estresse do trânsito, próximo ao centro gastronômico e turístico de Botucatu, em um condomínio com estrutura e seguro", diz.

Para Mariângela Iamondi Machado, diretora da Lello Associações, o cliente busca qualidade de vida, segurança e mobilidade, mas sem perder o foco na relação custo-benefício. "O que o consumidor se pergunta é: 'Vou gastar R$ 600 mil e morar em um apartamento de 80 m² com uma garagem ou optar por uma casa de 450 m² e quatro dormitórios, com duas vagas para carros?'", diz.

Para atender a essa clientela, empreendimentos que iniciaram sua primeira fase com a venda de lotes maiores (acima de 1.000 m²) têm enxugado o tamanho dos terrenos para 350 m² a 500 m².

Entre Jundiaí e Cajamar, o complexo Capital Ville é procurado por quem quer a primeira casa, o segundo imóvel ou investir. "Com um clube de 24.000 m², restaurante, piscina com raia de 25 m, percebemos que há demanda para diferentes públicos, embora a maioria ainda migre da capital para morar", diz Miguel Mahfuz, responsável pela área de licenciamento da loteadora do Capital Ville, loteamento com cinco fases, com preços de R$ 200 mil a R$ 350 mil.

O Reserva Capital Ville 2 deve finalizar suas obras em julho. São 90 lotes, em média com 850 m², em um espaço de 57.500 m² de área verde.

"Visando nos adequar ao mercado consumidor, a tendência foi de lotes menores do que os da primeira fase (1.300 m²). Assim, o custo de manutenção é menor, e o clube já oferece opções de esporte e lazer que dispensam construir essas benfeitorias em cada lote", diz Mahfuz.

Na mesma região, o Alphaville Jundiaí, com 557 lotes residenciais, entre 450 m² e 960 m², dá opção ao cliente de construir sua casa da forma que achar melhor, segundo a empresa responsável pelo empreendimento, a Alphaville Urbanismo. A entrega está prevista para 2017, com clube de 22.600 m², que inclui quadra de squash, campo de futebol society, spa com sauna e outros espaços.

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